sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Técnicas e Práticas - Corte


2. Cortes


Os cortes podem ser obtidos à mão livre, com o auxílio de lâmina de barbear, ou com o material incluído em meios sintéticos e seccionado em micrótomo rotativo. O glicolmetacrilato é uma alternativa ao emblocamento em parafina. Seu uso se justifica pela praticidade e rapidez do procedimento, a pequena quantidade de reagentes que consome, baixa toxicidade do produto em comparação com outros e, consequentemente, pela menor exposição de quem o manipula.
O glicolmetacrilato também favorece uma excelente qualidade no resultado final. As lâminas produzidas com amostras incluídas em glicolmetacrilato utilizam meios de montagem sintéticos, como por exemplo Entellan, e são chamadas de lâminas permanentes, pois se preservam indefinidademente(1).
Os cortes histológicos feitos à mão livre são de excelente qualidade para se estudar a epiderme, parênquima, colênquima, esclerênquima, tecidos secretores e meristemas secundários como o câmbio vascular. Para tecidos mais delicados, como meristemas primários, ou muito rígidos como a madeira, necessitam de outras técnicas para a obtenção de cortes histológicos de qualidade.
Estes cortes devem ser delgados o suficiente para que a luz do micoroscópio óptico consiga atravessá-los(1).
Nas folhas em que o formato é plano são utilizados cortes paradérmicos e cortes transversais. Para caules, cujo formato é cilíndrico, são utilizados os planos de corte transversal, longitudinal radial e longitudinal tangencial(1).

Fig.1 Tipos de cortes histológicos: 2 - seção transversal; 3 - seções longitudinal, radial e tangencial; 4 - seções longitudinal, anticlinal e paradérmica ou periclinal
Fonte: Morfologia & Anatomia - Técnicas e Práticas(2)
Cortes à mão livre de órgãos relativamente rígidos, como caules jovens, são realizados segurando a amostra diretamente com a mão, tendo em vista que a amostra não sofrerá deformação com o contato da lâmina de barbear.
Para órgãos mais delgados e tenros, é necessário o uso de suportes feitos com isopor, por exemplo(1).

 2.1. Corte paradérmico adaxial: corte feito na parte lisa, "de cima" da folha.
Fig. 2 - corte adaxial adaxial da folha de Costus spicatus conhecida popularmente como Cana de macaco.
Fonte: Blog "EDP - III", por Jacqueline Manzan(3)
2.2. Corte paradérmico abaxial: corte feito na parte áspera, "de baixo" da folha
Fig. 2 - corte adaxial abaxial da folha de Costus spicatus conhecida popularmente como Cana de macaco.
Fonte: Blog "EDP - III", por Jacqueline Manzan(3)


2.3. Corte transversal com suporte: corte transversal feito com suporte de isopor


Fig. 3 - Corte da folha Brinco de Princesa, feito em aula prática de histotécnica vegetal, demonstrado por minha colega Nanda Couto.
Fonte: Blog "O Fenomenal Mundo Vegetal" - Nanda Couto(4).



Referências:
1. BRUNO, Alessandra Nejar et al. Biotecnologia I (IFRS) - Princípios e Métodos. Histologia Vegetal - cáp. 8, pág 206 - 208; 2014.
2. SOUZA, Luiz Antonio de et al. Morfologia & Anatomia Vegetal - Técnicas e Práticas; Parte I, pág 19 a 20; 2005.
3. Blog EDP - III, por Jacqueline Manzan. Disponível em https://edptres.blogspot.com/2011/05/os-tipos-de-corte-mao-livre.html
4. Blog O Fenomenal Mundo Vegetal, por Nanda Couto. Disponível em: https://histotecnica-vegetal.webnode.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário