sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Técnicas e Práticas - Fixação

Para que se possa ver ao microscópio óptico as células vegetais, antes de tudo é preciso preparar as lâminas. Há várias técnicas de fixação, corte e coloração do material.

1. Fixação

Os fixadores são soluções usadas para a preservação de células, tecidos e órgãos do material coletado. Os processos vitais das células e tecidos devem ser paralisados, sendo assim necessário que o fixador penetre o mais profundo possível no material(1). O fixador deve paralisar o metabolismo, preservando o formato e os componentes celulares(2).

Para que se tenha uma boa fixação do material é preciso seguir os seguintes passos:
  • retirar o ar do material, imerso em água destilada, por meio de uma bomba de vácuo;
  • substituir a água destilada pelo fixador adequado;
  • seccionar (cortar) o material em peças menores, antes da fixação, para facilitar a penetração do fixador em todos os tecidos e células(1).
Deve-se ter cuidado com alguns fatores que afetam regurlamente a fixação, tais como a temperatura, o pH, taxa de alteração física e química, taxa de penetração e o tempo de fixação, que podem variar de acordo com o tecido.
Podem ocorrer também artefatos de técnica, que são provocados pela alteração ou degradação da forma dos componentes da célula ou pela deposição de materiais estranhos durante a penetração(1).

1.1 Tipos de Fixadores:

  • FPA (formaldeído, ácido propiônico e ácido acético)(3)
Pode ser utilizado para caules lenhosos, caules herbáceos resistentes e raízes velhas(1);


Composição:
formaldeído 37% .................. 50 mL
ácido propiônico ................... 50 mL
etanol 70%............................. 900 mL

  • CRAF I (ácido crômico, ácido acético glacial, formaldeído, água destilada)(3)
Pode ser utilizado para ápices de raízes  e para estudos de sacos embrionários(1);


Composição:
ácido crômico 10%................20 mL
ácido acético glacial ..............8 mL
formaldeído 37%................... 50 mL 
água destilada ........................922 mL

  • CRAF/Nawaschin (ácido crômico, ácido acético glacial, formaldeído, água destilada)(3)
Pode ser utilizado para ápices de raízes  e para estudos de sacos embrionários(1);


Composição:
ácido crômico 10%................ 5 mL
ácido acético glacial ..............50 mL
formaldeído 37%................... 200 mL 
água destilada ........................675 mL

  • BOUIN (ácido acético glacial, formaldeído, ácido pícrico em solução saturada(3)
Pode ser utilizado para ápices de raízes  e para estudos de sacos embrionários(1);

Composição:
ácido acético glacial ................................50 mL
formaldeído 37%......................................250 mL 
ácido pícrico, solução saturada ................750 mL

  • FAA (formaldeído, ácido acético, álcool)(4):
Este fixador é o mais utilizado na histologia vegetal. O material preservado em FAA pode ser armazenado no próprio fixador ou, após o período de fixação, transferido para uma solução de álcool etílico 70%, pois os vapores de formol e ácido acético são tóxicos, corrosivos e irritantes.

O FAA pode ser produzido com álcool etílico 70%, para tecidos e órgãos mais rígidos, ou 50% para amostras mais delicadas. O tempo de permanência do material no fixador varia de acordo com o tipo e a espessura da amostra, geralmente é indicado a duração de pelo menos 48 horas(2).
A composição de FAA70 abaixo é referente ao produzido em aula, no laboratório de histologia do IFRS - Campus Porto Alegre, ministrado pela professora Márcia.

Composição do FAA70 para 100 mL:
formaldeído 37% ...................................5 mL
ácido acético glacial ..............................5 mL
álcool etílico 70%...................................90 mL


Referências:
1. SOUZA, Luiz Antonio de et al. Morfologia & Anatomia Vegetal - Técnicas e Práticas; Parte I, pág 17 a 19; 2005.
2. BRUNO, Alessandra Nejar et al. Biotecnologia I (IFRS) - Princípios e Métodos. Histologia Vegetal - cáp. 8, pág 206; 2014.
3.BERLYN, G. P.; MIKSCHE, J. P. Botanical microtechnique and cytochemistry. Ames (Iowa): The Iowa State University, 1976.
4. JOHANSEN, D. A. Plant Microtechnique. New York: McGraw- Hill. 1940.

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